domingo, 30 de maio de 2010

Reflexões sobre a família

Baobá

É longa a história de cada Família! Tão longa, que as suas mais profundas raízes mergulharam num passado cuja memória se perde na história do tempo! Todas as famílias têm o seu passado. As suas raízes. Delas brota a seiva do exemplo, memórias de virtudes e de defeitos também. Delas, o presente de cada Família, recebe a missão de transmitir ao futuro o presente que deve preparar aquele. Os ramos da árvore de cada Família renovam o passado, promessas de futuro. Abertos ao tempo que há-de vir, os filhos – ramos espraiados ao sol da vida – estão profundamente unidos, indissociavelmente unidos, a seus pais e a avós. Como estes, alimentam-se e revigoram-se no Amor que circula desde as raízes ao longo do tempo e que o tempo não pode esmaecer. Pelo contrário, urge que Pais e Avós sejam capazes de testemunhar um Amor forte, permanentemente reconstruído e transmitido. Só amando se pode dizer o que é o Amor! E o Amor é circulante tal como a seiva das árvores: ascendente e descendente. Esta dupla circulação do Amor reforça, porque alimenta, a vida dos indivíduos na Família. O Amor, assim, não é mero símbolo poético, mais ou menos irreal. O Amor, seiva em movimento, é vivo e só tem sentido quando vivido numa dinâmica de renovação, que se adapta sem deixar de ser o que, na realidade, é: alimento que se dá e se recebe. O Amor é construído no quotidiano das “coisas” simples e, quantas vezes não visíveis, tal como a simplicidade da seiva bruta que pouco ou mais transporta do que água e sais minerais. Numa árvore não vemos a seiva, sem a qual ela não vive, tal como nas Famílias o Amor tem de existir mesmo sem dar nas vistas, sem a exuberância de gestos e atitudes. O Amor, na Família, é como silencio que fala ou voz ou gosto discretamente presentes.

Carlos Aguiar Gomes


 

sexta-feira, 28 de maio de 2010

A Pedra do Sal

Moço, estive na Pedra do Sal na sexta. Fui levar uma amiga para conhecer. Era dia e estava lindo. Não tive como não lembrar de você naquele final de tarde sentado num banco, lendo um livro, vestindo uma camisa amarela e transmitindo uma paz enorme. Lembro que quando você me viu, sorriu e aí começamos a conversar sobre alguma coisa e você ficava me fitando, achando graça do meu jeito. Zoou o meu número de inscrição na OAB. Até que o seu amigo chegou e depois a jornalista que iria entrevistá-los. Ou será q não foi o contrário? Já não lembro, pois depois que você sorriu pra mim eu não me concentrei em mais nada. Enquanto vocês eram entrevistados, você me acariciava e me olhava sempre que tinha chance. Eu idem. Até que acabou a entrevista e o seu amigo foi levar a repórter no carro e daí surgiu a chance perfeita para o beijo perfeito... O vento que passava, os nossos olhos se olhando, as bocas se aproximando, o beijo combinando. A música com o meu nome cantada ao pé do ouvido e adaptada para aquele momento ("Eu encontrei a Carolina..."). Foi tudo tão lindo!... Foi um instante único e maravilhoso que eu guardo com muito carinho.

É assim que eu lembro da Pedra do Sal.

p.s: Apesar desta ainda ser a maneira como lembro desse lugar, esse texto não é recente. Ele na verdade era um e-mail. Tava perdido nos meus itens enviados... Bacaninha a historinha, né?

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Maria, Maria


Maria, Maria
É um dom, uma certa magia
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece
Viver e amar
Como outra qualquer
Do planeta



Maria, Maria
É o som, é a cor, é o suor
É a dose mais forte e lenta
De uma gente que rí
Quando deve chorar
E não vive, apenas aguenta


Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria


Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida....

Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria...

Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida....

Milton Nascimento


sexta-feira, 21 de maio de 2010

O Telefone

Porque esse tel não toca logo?

Apesar de você não ser aquele que eu penso quando repouso a cabeça no travesseiro, fico imensamente envaidecida em saber que você me deseja.

Toca telefone! Vai, liga logo e aguça o meu ego!

Hoje resolvi ser legal com você. Liga, porque resolvi nos dar uma chance, mas liga logo antes que eu desista ou perca a coragem de arriscar você. Anda! Antes que fiquemos a ver navios...antes que eu estrague o clima falando dele...antes que eu te transforme em mais um amigo.

Me liga! Hoje quero me conectar em você. Hoje eu quero ouvir as histórias engraçadas da sua infância e os planos mirabolantes que você me incluiu.

Toca logo telefone! Talvez eu lhe diga que apesar de você não se encaixar no meu mundo eu te acho uma pessoa muito especial e que tudo é questão de adaptação e de tempo de ambas as partes.

Taí, eu aceitaria ser sua namorada, porque hoje não estou com medo de me ferir.

Sabe, gosto quando me chama de anjinha...gosto do seu jeito.

Me liga! Tô com saudades, tô carente...tô confusa!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Sobre o amor

Houve uma época em que eu pensava que as pessoas deviam ter um gatilho na garganta: quando pronunciasse — eu te amo —, mentindo, o gatilho disparava e elas explodiam. Era uma defesa intolerante contra os levianos e que refletia sem dúvida uma enorme insegurança de seu inventor. Insegurança e inexperiência. Com o passar dos anos a idéia foi abandonada, a vida revelou-me sua complexidade, suas nuanças. Aprendi que não é tão fácil dizer eu te amo sem pelo menos achar que ama e, quando a pessoa mente, a outra percebe, e se não percebe é porque não quer perceber, isto é: quer acreditar na mentira. Claro, tem gente que quer ouvir essa expressão mesmo sabendo que é mentira. O mentiroso, nesses casos, não merece punição alguma.

Por aí já se vê como esse negócio de amor é complicado e de contornos imprecisos. Pode-se dizer, no entanto, que o amor é um sentimento radical — falo do amor-paixão — e é isso que aumenta a complicação. Como pode uma coisa ambígua e duvidosa ganhar a fúria das tempestades? Mas essa é a natureza do amor, comparável à do vento: fluido e arrasador. É como o vento, também às vezes doce, brando, claro, bailando alegre em torno de seu oculto núcleo de fogo.

O amor é, portanto, na sua origem, liberação e aventura. Por definição, anti-burguês. 

(...)

 Às vezes o sonho vem, baixa das nuvens em fogo e pousa aos teus pés um candelabro cintilante. Dura uma tarde? Uma semana? Um mês? Pode durar um ano, dois até, desde que as dificuldades sejam de proporção suficiente para manter vivo o desafio e não tão duras que acovardem os amantes. Para isso, o fundamental é saber que tudo vai acabar. O verdadeiro amor é suicida. O amor, para atingir a ignição máxima, a entrega total, deve estar condenado: a consciência da precariedade da relação possibilita mergulhar nela de corpo e alma, vivê-la enquanto morre e morrê-la enquanto vive, como numa desvairada montanha-russa, até que, de repente, acaba. E é necessário que acabe como começou, de golpe, cortado rente na carne, entre soluços, querendo e não querendo que acabe, pois o espírito humano não comporta tanta realidade, como falou um poeta maior. E enxugados os olhos, aberta a janela, lá estão as mesmas nuvens rolando lentas e sem barulho pelo céu deserto de anjos. O alívio se confunde com o vazio, e você agora prefere morrer.

A barra é pesada. Quem conheceu o delírio dificilmente se habitua à antiga banalidade. Foi Gogol, no Inspetor Geral quem captou a decepção desse despertar. O falso inspetor mergulhara na fascinante impostura que lhe possibilitou uma vida de sonho: homenagens, bajulações, dinheiro e até o amor da mulher e da filha do prefeito. Eis senão quando chega o criado, trazendo-lhe o chapéu e o capote ordinário, signos da sua vida real, e lhe diz que está na hora de ir-se pois o verdadeiro inspetor está para chegar. Ele se assusta: mas então está tUdo acabado? Não era verdade o sonho? E assim é: a mais delirante paixão, terminada, deixa esse sabor de impostura na boca, como se a felicidade não pudesse ser verdade. E no entanto o foi, e tanto que é impossível continuar vivendo agora, sem ela, normalmente. Ou, como diz Chico Buarque: sofrendo normalmente.

Evaporado o fantasma, reaparece em sua banal realidade o guarda­roupa, a cômoda, a camisa usada na cadeira, os chinelos. E tUdo impregnado da ausência do sonho, que é agora uma agulha escondida em cada objeto, e te fere, inesperadamente, quando abres a gaveta, o livro. E te fere não porque ali esteja o sonho ainda, mas exatamente porque já não está: esteve. Sais para o trabalho, que é preciso esquecer, afundar no dia-a-dia, na rotina do dia, tolerar o passar das horas, a conversa burra, o cafezinho, as notícias do jornal. Edifícios, ruas, avenidas, lojas, cinema, aeroportos, ônibus, carrocinhas de sorvete: o mundo é um incomensurável amontoado de inutilidades. E de repente o táxi que te leva por uma rua onde a memória do sonho paira como um perfume. Que fazer? Desviar-se dessas ruas, ocultar os objetos ou, pelo contrário, expor-se a tudo, sofrer tudo de uma vez e habituar­se? Mais dia menos dia toda a lembrança se apaga e te surpreendes gargalhando, a vida vibrando outra vez, nova, na garganta, sem culpa nem desculpa. E chegas a pensar: quantas manhãs como esta perdi burramente! O amor é uma doença como outra qualquer.

E é verdade. Uma doença ou pelo menos uma anormalidade. Como pode acontecer que, subitamente, num mundo cheio de pessoas, alguém meta na cabeça que só existe fulano ou fulana, que é impossível viver sem essa pessoa? E reparando bem, tirando o rosto que era lindo, o corpo não era lá essas coisas... Na cama era regular, mas no papo um saco, e mentia, dizia tolices, e pensar que quase morro!...

Isso dizes agora, comendo um bife com fritas diante do espetáculo vesperal dos cúmulos e nimbos. Em paz com a vida. Ou não.


Ferreira Gullar


Texto extraído do livro "A estranha vida banal", editora José Olympio - 1989.

domingo, 16 de maio de 2010

De.sa.ce.le.ran.do

Acabei de assistir ao filme "A Mulher Invisível" (2009) e me fez um bem enorme. Filme light, comédia romântica brasileira, gostosa de ver...

Hoje é domingo, estou passando o final de semana sozinha em casa, o que é muito bom, as vezes, pra botar os pensamentos em ordem... Clima de instrospecção mesmo.

(Fico tentando diversificar os assuntos aqui neste blog, mas sempre acabo falando dos meus sentimentos. É uma atitude, por enquanto, mais forte que eu! rs)

... Fico matutando tantas coisas e não acho respostas. E o meu pensamento é tão rápido e desorganizado que não consigo colocar tudo aqui. O blog é um exercício pra desacelerar a minha mente. Com o tempo melhora, assim espero.

Quando estou nos bares da vida com os meus amigos o papo acaba enveredando para os assuntos do coração. E a sensação que eu tenho é a de que somos todos carentes. É engraçado, todo mundo procura um amor ou todo mundo gosta de alguém, e todos têm um leque de possibilidades, mas aí vem aquela história "quem eu quero não me quer e quem me quer eu não quero." Queria mesmo gostar de quem gosta de mim, mas...

Fico me perguntando: o que/quem eu quero? Será que já amei de verdade?

Sei lá... O que eu espero é tão simples que acaba sendo complicado. Como pode?

Será que cabe falar em compatibilidade? Será que cabe falar em destino?

Para mim tudo isso é tão intrigante, mas eu gosto desses questionamentos. É bom ficar cutucando a mente com esse tema.

Tudo o que estou escrevendo não é nem a metade da metade do que pensei sobre o assunto, só que os meus dedos não acompanham a rapidez do raciocínio.

No final só queria dizer que eu ando pensando muito sobre as paixões que  sinto e que elas são muito confusas, porém sou feliz por senti-las.

Desilusões amorosas são o combustível da alma humana. Não fossem os pés-nas-bundas e as paixões não correspondidas, a música, a poesia, a pintura, o cinema não teriam a mesma beleza dolorida que têm. Se, por um lado, cada fora é encarado de uma forma diferente - tem quem coma caixas inteiras de chocolate e tem também os que ficam dias sem apetite - há sempre uma constante: a cola usada para grudar os cacos do coração partido é uma nova paixão. Autodestrutivo esse tal de ser humano.
                             Por Marcelo Forlani (fazendo uma crítica construtiva sobre o enredo do filme "A Mulher Invisível")

Paciência


Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára...

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...
A vida não pára...

Lenine

sexta-feira, 14 de maio de 2010

"O Primo Basílio"

“(...) Tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido; sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo conduzia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!

Ergueu-se de um salto, passou rapidamente um roupão, veio levantar os transparentes da janela... Que linda manhã! Era um daqueles dias do fim de agosto em que o estio faz uma pausa; há prematuramente, no calor e na luz, uma certa tranqüilidade outonal; o sol cai largo, resplandecente, mas pousa de leve; o ar não tem o embaciado canicular, e o azul muito alto reluz com uma nitidez lavada; respira-se mais livremente; e já se não vê na gente que passa o abatimento mole da calma enfraquecedora. Veio-lhe uma alegria: sentia-se ligeira, tinha dormido a noite de um sono são, contínuo, e todas as agitações, as impaciências dos dias passados pareciam ter-se dissipado naquele repouso. Foi-se ver ao espelho(...)"

Eça de Queiroz

Deixe secar

Era uma vez uma menininha chamada Mariana. Ela ficou toda feliz porque ganhou de presente um joguinho de chá, todo azulzinho, com bolinhas amarelas. No dia seguinte, Júlia sua amiguinha, veio bem cedo convidá-la para brincar. Mariana não podia, pois iria sair com sua mãe naquela manhã.

Júlia então, pediu a coleginha que lhe emprestasse o seu conjuntinho de chá para que ela pudesse brincar sozinha na garagem do prédio. Mariana não queria emprestar, mas, com a insistência da amiga, resolveu ceder, fazendo questão de demonstrar todo o seu ciúme por aquele brinquedo tão especial.

Ao voltar do passeio, Mariana ficou chocada ao ver o seu conjuntinho de chá jogado no chão. Faltavam algumas xícaras e a bandejinha estava toda quebrada. Chorando e muito nervosa, Mariana desabafou: 'Está vendo, mamãe, o que a Júlia fez comigo? Emprestei o meu brinquedo, ela estragou tudo e ainda deixou jogado no chão.' Totalmente descontrolada, Mariana queria, porque queria, ir ao apartamento de Júlia pedir explicações.

Mas a mãe, com muito carinho falou assim: 'Filhinha, lembra daquele dia quando você saiu com seu vestido novo todo branquinho e um carro, passando, jogou lama em sua roupa? Ao chegar em casa você queria lavar imediatamente aquela sujeira, mas a vovó não deixou. Você lembra o que a vovó falou?'
- 'Ela falou que era para deixar o barro secar primeiro. Depois ficava mais fácil limpar.'
- 'Pois é, minha filha, com a raiva é a mesma coisa. Deixa a raiva secar primeiro. Depois fica bem mais fácil resolver tudo.'

Mariana não entendeu muito bem, mas resolveu seguir o conselho da mãe e foi para a sala ver televisão.
Logo depois alguém tocou a campainha. Era Júlia, toda sem graça, com um embrulho na mão. Sem que houvesse tempo para qualquer pergunta, ela foi falando: 'Mariana, sabe aquele menino mau da outra rua que fica correndo atrás da gente? Ele veio querendo brincar comigo e eu não deixei. Aí ele ficou bravo e estragou o brinquedo que você havia me emprestado. Quando eu contei para a mamãe ela ficou preocupada e foi correndo comprar outro brinquedo igualzinho para você. Espero que você não fique com raiva de mim. Não foi minha culpa.'

'Não tem problema, disse Mariana, minha raiva já secou.'
E dando um forte abraço em sua amiga, tomou-a pela mão e levou-a para o quarto para contar a história do vestido novo que havia sujado de barro.

Nunca tome qualquer atitude com raiva. A raiva nos cega e impede que vejamos as coisas como elas realmente são. Assim você evitará cometer injustiças e ganhará o respeito dos demais pela sua posição
ponderada e correta diante de uma situação difícil.

Lembre-se sempre: Deixe a raiva secar!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Amado

Como pode ser gostar de alguém
E esse tal alguém não ser seu?
Fico desejando: nós gastando o mar
Pôr-do-sol, postal, mais ninguém

Peço tanto a Deus
Para lhe esquecer
Mas só de pedir, me lembro
Minha linda flor
Meu jasmim será
Meus melhores beijos serão seus

Sinto que você é ligado a mim
Sempre que estou indo, volto atrás
Estou entregue a ponto de estar sempre só
Esperando um sim ou nunca mais

É tanta graça, lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode, sim
Ser, sim, amado e tudo acontecer

Sinto absoluto o dom de existir,
Não há solidão, nem pena
Nessa doação; milagres do amor
Sinto uma extensão divina

É tanta graça, lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode, sim
Ser, sim, amado e tudo acontecer
Quero dançar com você
Dançar com você
Quero dançar com você
Dançar com você


Vanessa da Mata
 
 

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Palhaçada

Não estou levando a sério o que aconteceu ontem.
Fico tentando ficar triste, mas não consigo.
É sério, eu queria ter ficado triste por ter brigado com ele.
Mas cada vez que lembro, me dá vontade de rir.
Quanta palhaçada!
Muito louco esse sentimento.
Não consigo controlar o riso.
Não entendo o que está acontecendo comigo.
Só sei que estou bem, muito bem, muito zen.
Calma, bem calma. E muito feliz comigo mesma.
Como eu gosto de sentir...
Cada sentimento é esmiuçado até virar uma coisa à toa.
Esgoto e renasço plena.
Sarada, pronta pra outra!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Não resisti e plagiei

Dia desses resolvi assistir pela milésima vez "Bridget Jones no Limite da Razão"(2004) e não pude deixar de comparar um amor do passado com o Mark Darcy (Colin Firth) e nem alguns comportamentos da Bridget Jones (Renée Zellweger) com os meus.

Quando terminei de assistir ao filme fiquei refletindo e relembrando o quanto eu era infantil na época do A.C... Aff! Cada mancada eu dei!

Eu tive um Mark Darcy na minha vida e deixei escapar. Mas tudo bem, acho que tinha que ser assim mesmo. Depois da experiência que tive com ele amadureci bastante (eu acho).

Nos afastamos muito, mas as lembranças dele sempre vinham como se fossem uma música que a gente gosta e toca no rádio de vez enquando e nos remete a coisas boas...

O fato é que depois de tê-lo visto em várias atitudes do Mark Darcy. Resolvi pesquisar na net sobre esse tipo de comportamento masculino (quase em extinção) e foi aí que achei um texto que era exatamente o que eu achava do A.C.

Não pensei duas vezes, copiei o texto e modifiquei o mínimo e despachei num e-mail pra ele falando outras coisinhas. Eu queria muito que ele soubesse que é muito admirado por mim e que sinto muito orgulho dele e, que ele é sim um Mark Darcy da vida. E foi isso entre outras coisas que eu disse pra ele:


" ...Eu acho o Mark Darcy muito parecido com vc, sabia? É um homem raro nos dias de hoje, o Mark representa tudo aquilo q os homens já não sabem ser, é um homem de sucesso, mas com humildade e simplicidade, apesar de ter sofrido uma desilusão ainda acredita no amor, é o tipo reservado e tímido, mas maravilhosamente romântico. E vê a alma da mulher q está, sem lhe fazer diferença quantos quilos ela pesa ou como ela se veste e ainda se diverte com os disparates loucos q ela faz. É exatamente essa visão q eu tenho de vc, A.C. ..."


Ele gostou do plágio (ele ainda não sabe que isso é um, só vai saber quando vier aqui). E dessa vez eu realmente acho que estou perdoada por ele e que somos verdadeiramente amigos.

Se bem que com essa história de plágio eu não sei... Aliás, sei sim. Vai continuar tudo numa boa. Eu fiz essa trapalhada na melhor das intenções. Eu realmente queria dizer aquilo tudo pra ele, mas só que com outras palavras. Só que a guria se expressou tão bem que eu não resisti plagiei e ponto!

sábado, 8 de maio de 2010

Onde Estará o Meu Amor?


Como esta noite findará
E o sol então rebrilhará
Estou pensando em você...
Onde estará o meu amor ?
Será que vela como eu ?
Será que chama como eu ?
Será que pergunta por mim ?
Onde estará o meu amor ?
Se a voz da noite responder
Onde estou eu, onde está você
Estamos cá dentro de nós
Sós...
Se a voz da noite silenciar
Raio de sol vai me levar
Raio de sol vai lhe trazer
Onde estará o meu amor ?


Chico César

Novelando

"Ando tão a flor da pele que qualquer beijo de novela me faz chorar..."



O capítulo de hoje de "Viver a Vida" está lindo! Sim, eu assisto novela as vezes. Eu gosto! Não me deixo alienar, por isso é tranquilo pra mim. Então me deixa novelar sem me censurar.

De boa...

Tic-tac tic-tac tic-tac tic-tac...

O prazo para eu sacudir a poeira e dar a volta por cima está se esgotando. Pois, uma dor de cotovelo minha não pode durar mais que uma semana. Não combina comigo ficar assim... E vamos combinar que eu nem mereço, né?

Ontem e hoje foram dias tão frenéticos pra mim que nem deu tempo de curtir a fossa. Fazer audiências em outros municípios sempre se torna uma aventura, pois eu não conheço todas as comarcas. Sempre tenho que chegar cedo para além de explorar o território, conhecer o meu cliente, colher informações, orientá-lo e acalmá-lo. Tipo, é quase uma sessão de terapia. rs


Mas acho legal a minha profissão. Faço tudo com o maior prazer. Tá valendo...

"E o pulso ainda pulsa!"

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Pense nisso...




"(...) A democracia das idéias é uma necessidade inevitável. Não é possível viver em liberdade sem respeitar os que pensam os diferentes de nós. (...)"





Retirei do livro "Filhos Brilhantes Alunos Fascinantes" de Augusto Cury. Precisamente da página 9.
Esse escritor sempre me ensina umas verdades...

terça-feira, 4 de maio de 2010

Procure Seus Caminhos...


Mas não magoe ninguém nessa procura
Arrependa-se , volte atrás, peça perdão!

Não se acostume com o que não o faz feliz
Revolte-se quando julgar necessário
Alague seu coração de esperanças
Mas não se afogue nelas.

Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!

Se estiver tudo errado, comece novamente
Se estiver certo, continue
Se sentir saudades, mate-a
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!



Fernando Pessoa

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Coisas que eu não entendo



Agora que já é tarde pareceu tão em vão a cena que aconteceu na última vez que te vi. Eu, ali, sem reação e você dando a sensação de estar alheio a aquilo tudo.
Só agora percebi que aquela cara de paisagem (pra ser bem franca era cara de idiota) que você fez pra mim, disse mais do que minha limitação pra te entender pode compreender, mas pode ser que não tenha significado nada e tudo isso não passou de uma viagem minha. Entretanto, prefiro acreditar que não foi nada assim...
Quando já achava que era indiferente te ver ou não e que eu já estava imune a você, te vi de longe e o meu corpo respondeu de outra maneira me deixando com taquicardia e tensa.

Nesse último encontro, tentei uma forma de controlar essas reações, que foi a seguinte: eu me forcei a acreditar que você não significava nada pra mim e que você era meramente mais um rosto mudo no meio da multidão, ou um conhecido distante que eu não devia dar mais que um sorriso sem graça. Dessa forma você passou por mim e foi embora e bem nessa hora o meu organismo compreendeu que eu não te esqueci coisa nenhuma.

Foi diferente esse último instante, não sei porque causa (se foi por minha causa ou por sua causa ou por causa de tudo), quem sentiu a distância a sua taquicardia fui eu e isso me deu uma sensação desconfortável, parecia que você estava me dando o troco por algo que eu nem sequer paguei. ("Senti teu coração perfeito batendo á-toa e isso dói.")


Mas de qualquer forma eu só queria dizer que você continua lindo, talentoso e que o seu sorriso ainda me afeta. Também queria que você soubesse que a maneira como você fala as coisas (no Orkut e no MSN), ainda que não sejam ditas pra mim, continuam sendo uma das melhores coisas de se “ouvir”.

Por fim faltou dizer que você estava bem apesar de não estar comigo.

É só isso!

sábado, 1 de maio de 2010

Que Assim Seja

Se tiver que pedir para Deus me ajudar
Se tiver que ser você, que assim seja
Mas se não tiver você novo amor vai chegar
Mais do que sincero, assim eu espero!

Mas se eu nao sorrir, é sinal
Que as coisas não foram bem
Eu sei que não é o final,
Porque no final, tudo acaba bem...

Tudo acaba bem, tudo acaba bem,
Tudo acaba bem, tudo acaba bem...
Tudo acaba bem, tudo acaba bem,
Tudo acaba bem, tudo acaba bem...

O certo é tirar o melhor da sua experiência
Seja ela qual for...
Se existe um caminho
Não convem buscar atalhos ou fugir
Vai ter que passar por mim.

Cidade Negra

Sentimental


O quanto eu te falei?
Que isso vai mudar
Motivo eu nunca dei
Você me avisar, me ensinar
Falar do que foi pra você
Não vai me livrar de viver
Quem é mais sentimental que eu?
Eu disse e nem assim se pôde evitar
De tanto eu te falar
Você subverteu o que era um sentimento e assim
Fez dele razão pra se perder
No abismo que é pensar e sentir
Ela é mais sentimental que eu
Então fica bem
Se eu sofro um pouco mais
"Se ela te fala assim, com tantos rodeios,
é pra te seduzir e te ver buscando o sentido
daquilo que você ouviria displicentemente.
Se ela te fosse direta, você a rejeitaria."
Eu só aceito a condição de ter você só pra mim
Eu sei, não é assim, mas deixa
Eu só aceito a condição de ter você só pra mim
Eu sei, não é assim, mas deixa eu fingir e rir.



Los Hermanos